Ponto de ebulição!
A temperatura sobe,
o líquido ferve,
derrama, escoa, evapora...
Caiu, não se junta mais.
Água a se espalhar,
fora da tina, da bacia onde,
em fogo brando fervia.
Líquido, palavra perdida
por se passar do ponto
ou quem sabe, chegar
no ponto certo.
Ponto de ebulição.
As emoções eclodem,
no peito aprisionadas,
a água escorre da tina
afogada até o talo.
Tudo demais, acaba por explodir,
enxurrada de palavras
no ar, água que escoa no chão.
Pouco se guarda por tanto tempo.
Muito se reprime por algum tempo.
Tudo se regurgita no tempo certo.
Nem longe, sem sombra de lembrança,
nem perto demais, pura destemperança.
No tempo certeiro, desemboca aguaceiro
de pura emoção expelida sem receio
da água que evade da tina,
mágoa de coração em desatino.
Palavras revestidas de fel,
águas amargas do adeus.
Após tanto líquido derramado, palavras despejadas
pouco resta, resíduos,
sobras da emoção, de tudo... Somente manchas do sentir,
do líquido derramado, espalhado pelo chão.
Ponto de Ebulição.
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