"Partout je vais je trouve un poèt a été là avant moi."(S.Freud)

outubro 17, 2009

Amo porque quero. Não posso...

E por que te amo?
Te amo porque te amando
também me amo.
E me amando sou forte
e sendo forte suporto...
A falta,
a ausência,
a distância,
a incoerência
de se amar de longe
de se desejar perto
o que enxerga
à distância de um suspiro,
ao suspiro de um toque
ao tocar dos olhos,
o amor...
Que se perde no vácuo
que evade no espaço,
que reina absoluto na contradição
o meu querer amar
e o seu poder...

by K4akis


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agosto 30, 2009

Blind Date


Por caminhos tortuosos,
entrega-se à escuridão,
de lugares obscuros,
grutas do coração, recantos tenebrosos.

Guiados só pelo instinto onde se pode chegar?
Acaso é certo o porto, um corpo onde ancorar?

No escuro as densas trevas turvam a visão,

os desejos são enganosos,
tramam contra a razão.

Instintos tão viscerais,
são perigosos
,
artimanhas da paixão,
inimigos ardilosos... Não!
Deixa a razão acordar,
espera alvorecer.

Foge da escuridão!

by k4akis



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agosto 13, 2009

Lembranças nostálgicas

Dei pra sentir saudade, tentar engarrafar o tempo na vida,
tal qual engarrafo na memória, nos vídeos e resgato,
quando a saudade aperta e a nostalgia me dói...

Nuvens em mim...


Debaixo da nuvem de poeira
vasculho tentando encontrar,
algo que enfim valha:
o resgate,
a restauração,
a manutenção,
a imersão
na nuvem enfim.

Debaixo da nuvem de poeira
vasculho tentando encobrir,
moral que insufla,
beijo asséptico,
face simétrica
de perfil assimétrico
que não quero refletido
no aço do espelho
manchado de janeiros.

Debaixo da nuvem de poeira
vasculho tentando aflorar
dos sonhos, o esqueleto,
da videira, o jirau
da poesia, o varal,
dos contos, as contas,
dos pontos, a linha
do norte, a trilha
do inicio, o fim
que cada partícula
de poeira
flutuante, flutuando
leva de mim.

k4akis

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agosto 09, 2009

Adoro Pau mole!

Adoro pau mole.

Assim mesmo.

Não bebo mate

não gosto de água de coco

não ando de bicicleta

não vi ET

e A-d-o-r-o pau mole.

.

Adoro pau mole

pelo que ele expõe de vulnerável e pelo que encerra de possibilidade.

Adoro pau mole

porque tocar um pressupõe a existência de uma intimidade e uma liberdade

que eu prezo e quero, sempre.

Porque ele é ícone do pós-sexo

(que é intrínseca e automaticamente

- ainda que talvez um pouco antecipadamente)

sempre um pré-sexo também.

Um pau mole é uma promessa de felicidade sussurrada baixinho ao pé do ouvido.

E dentro dele,

em toda a sua moleza sacudinte de massa de modelar,

que mora o pau duro e firme com que meu homem me come.

MARIA REZENDE

agosto 04, 2009

POÉTICA I

De manhã escureço

De dia tardo

De tarde anoiteço

De noite ardo.

A oeste a morte

Contra quem vivo

Do sul cativo

O este é meu norte.

Outros que contem

Passo por passo:

Eu morro ontem

Nasço a manhã ã

Ando onde há espaço:

- Meu tempo é quando.

(Vinicius de Morais)


agosto 01, 2009

Eros e Psiquê


Um presente para quem está passando por aqui..


Um poema belíssimo de Fernando Pessoa numa narração que vale desfrutar...

julho 12, 2009

Mais um dueto...

NOTURNO CORAÇÃO


Anoitece no meu coração de manhã cedo

quando vejo a cama vazia. Silêncio cortante

como a palavra final, o ultimato, o encerramento.

Nem sempre o fim leva ao final, fica um pouco

de muita coisa em cada mínimo fragmento

do pouco vivido. Amanhece no meu coração

quando a noite não é mais um silêncio pesado,

quando os sons e as luzes da rua invadem

o que meu coração deixou pra de manhã mais cedo.

Tanta noite, tanto dia... E a vida segue crepuscular

como o sol que se pôs em minhas mãos.
K4Akis & RCamargo

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junho 28, 2009

Noite alta


Quando a noite se põe alta
e não há estrelas ou luzes,
busco o clarão de teu sorriso
a guiar-me às cegas
pela terra envolta em trevas.
Sorriso fácil de um riso sonoro
cujo som se repete na memória.
Sigo os ecos do seu gargalhar,
mesmo sabendo que a rota
embora sonora, não se faz reta.
E me aventuro a cada curva,
onde o destino não importa
se o trilhar for contigo.
Mesmo à distância,
numa realidade turva
de um trilhar junto
que se faz irreal...



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junho 27, 2009

Baiser... Beijo!

Baiser

Quand ton col de couleur rose

Se donne à mon embrassement

Et ton oeil languit doucement

D'une paupière à demi close,

Mon âme se fond du désir

Dont elle est ardemment pleine

Et ne peut souffrir à grand'peine

La force d'un si grand plaisir.

Puis, quand s'approche de la tienne

Ma lèvre, et que si près je suis

Que la fleur recueillir je puis

De ton haleine ambroisienne,

Quand le soupir de ces odeurs

Où nos deux langues qui se jouent

Moitement folâtrent et nouent,

Eventent mes douces ardeurs,

Il me semble être assis à table

Avec les dieux, tant je suis heureux,

Et boire à longs traits savoureux

Leur doux breuvage délectable.

Si le bien qui au plus grand bien

Est plus prochain, prendre ou me laisse,

Pourquoi me permets-tu, maîtresse,

Qu'encore le plus grand soit mien?

As-tu peur que la jouissance

D'un si grand heur me fasse dieu?

Et que sans toi je vole au lieu

D'éternelle réjouissance?

Belle, n'aie peur de cela,

Partout où sera ta demeure,

Mon ciel, jusqu'à tant que je meure,

Et mon paradis sera là.

JOACHIM DU BELLAY (1542)